"As espécies que não desenvolveram a escrita valem-se da memória instintiva. O salmão sabe o caminho do lugar onde nasceu sem ter que consultar um parente ou um mapa.(...) Já o Homem pode ser definido como o animal que precisa tomar nota." Luís Fernando Veríssimo
26 agosto 2007
23 agosto 2007
Tender Kiss - Juan Silva
(...)
And both hands
Now use both hands
Oh, no don't close your eyes
I am writing
Graffitti on your body
I am drawing the story of
How hard we tried
I am watching your chest rise and fall
Like the tides of my life,
And the rest of it all
And your bones have been my bedframe
And your flesh has been my pillow
I am waiting for sleep
To offer up the deep
With both hands
(...)
Caminhar. Sem rumo, sem meta.
Sentir o frio do vento, o calor do sol.
Fechar os olhos e esperar.
20 agosto 2007
Viagem no tempo
A - Anta dos Coureleiros (Castelo de Vide)
B - Pormenor do acesso à Anta dos Coureleiros (tal como muitos outros monumentos neoliticos estão localizados em terrenos privados, sendo necessário em muitos casos abrir e fechar portões e cancelas)
C - Menir da Meada (Castelo de Vide)
D - Cromeleque dos Almendres (a foto não faz justiça à imponência do local)
Palavras #18 (com música velhinha...)
Fim - Tovante (Concerto Uma Noite Só)
Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!
Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro.
Fim - Mário de Sá-Carneiro
09 agosto 2007
Reprieve *
“Human memory has a tendency to slip, and critical judgment to fade, with the years and with changes in lifestyle and circumstance. But the camera, just as it seized the grim realities of that time, brings the stark facts … before our eyes without the need for the slightest embellishment.”
* último álbum da Ani diFranco
07 agosto 2007
O Princípio da Incerteza *
Acreditar que essa incerteza não nos torna malvados, mesmo quando o final é horror puro.
O encontro de 1941 de Bohr e Heisenberg continuará para sempre envolto em nevoeiro.
Certezas, apenas eles as terão e, com toda a certeza, serão diferentes.
Agrada-me pensar que o que me ficou da peça Copenhagen de Michael Frayn(vista há alguns anos no Teatro Campo Alegre no Porto) é uma certeza: que Heisenberg não construiu a bomba porque a sua consciência não o permitiu, e que Bohr e os restantes cientistas envolvidos no projecto Manhattan não sabiam de que forma essa mesma bomba seria usada.
Certezas? Nenhumas.
"In response to Bohr’s direct question as to why he didn’t make the crucial calculation, Heisenberg answers simply but convincingly.
H: Why didn’t you calculate it?
B: Why didn’t I calculate it?
H: Tell us why you didn’t calculate it and we’ll know why I didn’t.
B: It’s obvious why I didn’t.
H: Go on.
M: Because he wasn’t trying to build a bomb!
H: Yes, thank you. Because he wasn’t trying to build a bomb. I imagine it was the same with me. Because I wasn’t trying to build a bomb. Thank you.
(…)
Ironically, paradoxically, it was Bohr who, in a small way, contributed to the bombs that were dropped on
(…)
Heisenberg was treated with undeserved hostility and contempt by many of the physicists who had been involved in the U.S. Manhattan Project, some of whom were his former students or friends. On this, Frayn has Heisenberg comment:
When I went to
* http://pt.wikipedia.org/wiki/Princ%C3%ADpio_da_incerteza_de_Heisenberg
** excerto duma análise à peça em http://www.ihr.org/jhr/v21/v21n2p35_frayn.html; os excertos a itálico e negrito são retirados da peça.
06 agosto 2007
05 agosto 2007
Palavras #17
Amassar com os dentes uma morte íntima
Durante a sonolência balbuciante das papoulas
Prolongar a vida deste verão até ao mais próximo verão
para que os corpos tenham tempo de amadurecer
...colher em tuas coxas o sumo espesso
e no calor molhado da noite seduzir as luas
o riso dos jovens pastores desprevenidos...as bocas
do gado triturando o restolho....as correrias inesperadas
das aves rasteiras
....e crescerei das fecundas terras ou da morte
que sufoca o cio da boca.....
....subirei com a fala ao cimo do teu corpo ausente
trasmitir-lhe-ei o opiáceo amor das estações quentes.
Al Berto