07 julho 2015

Incapacidade Expressiva #18

dos nossos dias...



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Mata Nacional do Choupal

Carta a Alice #19


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Dois anos de ti. 

Dois anos de uma lua que inicialmente dilacerou e doeu, mas que agora serena e ajuda a respirar. 

Dois anos de cabelos grisalhos, de rugas e socalcos na face percorridos por rios de lágrimas (e depois acentuados por sorrisos mais verdadeiros e genuínos). 

Dois anos a sentir o teu peso no meu peito, mesmo  depois da tua carne se ter desfeito em pó. 

Dois anos a encontrar o lugar certo para a dor e o amor que vieram de mãos dadas contigo. 

Dois anos de aprendizagem e de descoberta do simples, do que vale a pena, do genuíno. 

Dois anos que te escrevo, que te agradeço. Sem ti, a brincar na Lua, não teria o teu irmão aqui deitado a descansar no meu colo. O mesmo colo onde ainda sinto o teu peso. O teu peso sem respiração. Os teus 4 kg de gente que calibraram e marcaram para sempre o meu peito. 

Dois anos em que a culpa e o sufoco no peito se foram atenuando e deram lugar à respiração plena. 

Hoje, dois anos depois, inspiro amor profundo e expiro gratidão. A ti, Alice (minha primeira), e à vida que te nos deu desta forma tão dolorosa e completa. 

Dois anos depois o ciclo  completa-se em nós com o André que respira, serenamente, no meu colo. Neste mesmo colo onde, há dois anos, tu não respiraste mas onde nos transformaste irremediavelmente. 




Parabéns a ti Alice, 
Nesta data querida
Muitos anos de vida (no nosso coração e memória )

05 julho 2015

Carta a Alice #18

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[foto de 28 de Junho de 2013]



A Lua é tua. 

Será para todo o sempre. Sempre que para ela olhar, para a lua, será a tua imagem que nos surgirá. Hoje a lua está cheia, enorme e luminosa. Hoje a tua mãe está cheia de amor e radiante com a vida do teu irmão. 

Tu és o princípio: de nós [como talvez nunca nos imaginássemos]; de uma felicidade mais verdadeira e genuína; do teu irmão. 

Hoje as lágrimas caíram [de tristeza sim] porque enquanto embalo o André [e maldigo as dores nas costas] imagino-te a correr pela casa toda. De volta das minhas pernas pedes-me para me baixar porque lhe queres dar um beijo para ele adormecer mais depressa. Imagino-te encaixada nos meus braços a ouvir a história que conto ao teu irmão deitado no berço. Imagino... 

E logo de seguida respiro, fecho os olhos e volto ao presente real. Volto ao teu irmão que, ao sorrir para mim, enxuga as lágrimas que correm na minha face. Volto ao presente que nos ofereceste [obrigada].

[escrito a 2 de Julho 2015]