30 janeiro 2008

28 janeiro 2008


"terrível é a tentação da bondade"


in


















(clicar, clicar e clicar na imagem)

22 janeiro 2008

“um rasgão no peito, uma saudade de mim”


iam perceber quem eu sou, um homem à procura de palavras jamais encontradas

miligrã, oxálida*, xarel
hidranja, plátano, arrabil, phisalis
oxálida*, voo, xarel, arrabil, hipericão, avena, miligrã



para quando oxálida*, plátano, miligrã?
oxálida*, cítara, xairel, gomil, rocio, cântaro, miligrã

andarei toda a vida à procura das palavras certas, sem nunca, na minha pequenez, acertar


oxálida*, genciana, miligrã, arrabil, avena, hipericão

(…) a outra palavra que não encontrei, todas as outras que não encontrei, porque se alguma coisa a vida me ensinou, é que não importa encontrar a palavra. Tudo o que vale a pena, entre a vida e a morte, é procurá-la.



* o nome do trevo amargo (azedas) que adoça as bocas da infância


Título e texto a itálico retirados do livro A Alma Trocada de Rosa Lobato Faria
Fotos (de cima para baixo, da esquerda para a direita): oxálidas, hipericão, avena, genciana

16 janeiro 2008



Something of an end - My Brightest Diamond (with Pedestrian)

11 janeiro 2008

60 *

"A vida, como sabes, tem o tempo da areia que se escapa por entre os dedos.
Areia rápida e branca.
Esvoaçante."

in Anjo Mudo

"A eternidade não é lerem-me daqui a 50 ou 60 anos ou ficar na história da literatura portuguesa. Só espero que meia dúzia de doidos me leiam agora e isso os toque. A eternidade é uma permanência da força que está dentro de nós."
Al Berto (* n. 11 Janeiro 1948)

07 janeiro 2008

03 janeiro 2008

Palavras #25























"Vivemos convivemos resistimos
cruzámo-nos nas ruas sob as árvores
fizemos porventura algum ruído
traçámos pelo ar tímidos gestos
e no entanto por que palavras dizer
que nosso era um coração solitário silencioso
silencioso profundamente silencioso
e afinal o nosso olhar olhava
como os olhos que olham nas florestas
No centro da cidade tumultuosa
no ângulo visível das múltiplas arestas
a flor da solidão crescia dia a dia mais viçosa
Nós tínhamos um nome para isto
mas o tempo dos homens impiedoso
matou-nos quem morria até aqui
E neste coração ambicioso
sozinho como um homem morre cristo
Que nome dar agora ao vazio
que mana irresistível como um rio?
Ele nasce engrossa e vai desaguar
e entre tantos gestos é um mar
Vivemos convivemos resistimos
sem bem saber que em tudo um pouco nós morremos"


A flor da solidão - Ruy Belo