24 dezembro 2014

Natal = Luz

caterina_olhares
caterina


* luz
(latim lux, lucis)
s. f.
1. O que, iluminando os objectos!o os torna visíveis.
2. Candeeiro, lâmpada, vela ou outra coisa acesa.
3. Efeitos de luz em quadro, fotografia ou outra representação.
4. O que ilumina o espírito. = claridade
5. Claridade de um astro. = dia
6. Brilho, fulgor.
7. Critério.
8. Evidência.
9. Ilustração.
10. Publicidade.


luzes
s. f. pl.
11. Saber, ciência, instrução, conhecimentos.
dar à luz: parir, publicar.
luz verde: autorização para fazer algo.
vir à luz: nascer; aparecer.

27 outubro 2014

porque a amizade é a mais alta e desprendida forma do amor *

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 Shinidamachu



Um dia, porém, a morte surge diante de nós com o rosto material e próximo de alguém que amamos. E descobrimos, subitamente, que ela sempre ali estivera, ao nosso lado, dando-nos a mão, falando-nos ao ouvido com a nossa própria voz.

Então algo vulnerável se desmorona, o mundo que havíamos construído para nós, de um momento para o outro, torna-se inabitável e desconhecido. Nomes, coisas, acontecimentos (o próprio acontecimento da morte) se desvanecem e sentimo-nos partir de nós mesmos para fora de nós como se sonhássemos.

(...)

De todas as vezes que vi de perto o rosto nenhum da morte, os seus olhos fitando-me de dentro do olhar ausente de um amigo, me senti desse modo no mundo, desenraizado de qualquer coisa maior que eu.

Um amigo (porque a amizade é a mais alta e desprendida forma do amor) é isso, uma referência da nossa identidade (ou lá o que é aquilo que somos), uma habitação que mais do que habitamos, nos habita ela, e por isso é que, de cada vez que um amigo desaparece, temos que recomeçar do princípio a nossa própria construção.



Manuel António Pina in Lembrança dos amigos mortos - Crónica, saudade da literatura

18 setembro 2014

hoje é [novamente] o primeiro dia do resto da tua vida *

Arcos do jardim_Hugo Antunes_olhares

Acasos in Breves notas sobre o medo - Gonçalo M. Tavares











"A principio é simples, anda-se sózinho

Passa-se nas ruas bem devagarinho

(...)

Enfim duma escolha faz-se um desafio
Enfrenta-se a vida de fio a pavio
Navega-se sem mar, sem vela ou navio
Bebe-se a coragem até dum copo vazio
E vem-nos à memória uma frase batida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida"

* Sérgio Godinho

14 setembro 2014

Carta a Alice #15


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szefus







Sonho-te. 

Às vezes.

Grande, mas sem te conseguir ver as feições delineadas. Sei que és tu, porque o que sinto quando sonho (e, principalmente, o que permanece depois de acordar) não é igual a qualquer outro sentir.

Sonhei-te a brincar nas poças de água, desta chuva de verão, com o teu pai. Os dois (meus).

Foi (é, porque quando fecho os olhos tudo regressa) uma imagem tão nítida, apesar do nublado da tua face. É um sentir tão profundo este, da vida que poderia ter sido, mas não é. Tudo é real: o cheiro da chuva de verão, o molhado no corpo, o som dos pingos que caem, o sorriso, as gargalhadas, o olhar atento do teu pai.

Sonhei-te.

E é isso que nos resta depois de acordar. Esse sentir inigualável. Misturado com alguma tristeza, envolvida com a luz e a clarividência que nos ofereceste.



12 setembro 2014

      






I

10 setembro 2014

Palavras #54

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T00xicpanda




fingir que está tudo bem: o corpo rasgado e
vestido com roupa passada a ferro, rastos de chamas
dentro do corpo, gritos desesperados sob as conversas:
fingir que está tudo bem: olhas-me e só tu sabes: na rua
onde os nossos olhares se encontram é noite: as
pessoas não imaginam: são tão ridículas as pessoas,
tão desprezíveis: as pessoas falam e não imaginam:
nós olhamo-nos: fingir que está tudo bem: o sangue a
ferver sob a pele igual aos dias antes de tudo, tempestades
de medo nos lábios a sorrir: será que vou morrer?,
pergunto dentro de mim: será que vou morrer? olhas-me e só tu
sabes: ferros em brasa, fogo, silêncio e chuva que não se pode
dizer: amor e morte: fingir que está tudo bem: ter de sorrir:
um oceano que nos queima, um incêndio que nos
afoga.


José Luis Peixoto

01 setembro 2014

todos eram mortais e tu morreste e vives sempre mais *





"A vida (a nossa como a dos nossos heróis) é feita de coisas últimas. Mas se com facilidade reconhecemos, nós e eles, as coisas primeiras, raramente nos é dado perceber a natureza última de um momento ou um acontecimento. Como no poema de Borges, há sempre um jardim que nunca mais atravessaremos, uma cidade aonde não regressaremos, um livro que não voltarmos a ler, um rosto que, sem saber, fitámos pela última vez, uma voz que nunca mais escutaremos."



Manuel António Pina -  Lembrança de António Reis in Crónica, saudade da Literatura



* Ruy Belo

31 agosto 2014

em todas as ruas te encontro/em todas as ruas te perco *



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"So don't hold back because you think it's embarassing or a sign of weakness, no. When memories of lost loved ones flood back, painful experiences hit you hard, or your heart swells up inside you, I say just let those big, wet tears rain down without any guilt or shame.

Because we all need to let go sometimes."

in The Book of Awesome - Neil Pasricha



*Mário Cesariny

27 agosto 2014

12 agosto 2014

Carta a Alice #14

do silêncio ensurdecedor quando a porta se empurra



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É coisa rara, chegar a casa antes dele [do teu pai], mas quando acontece é um sorriso que se abre na minha face. Sorrio, enquanto estaciono, na expectativa de estar quando ele chega, quando a porta se abre. Todos os gestos mecânicos do caminho a sorrir: a caixa de correio [contas], os dois lanços de escada [às escuras], a chave na porta [o barulho do trinco].

E com o barulho do clique da porta há um clique no coração.  E o sorriso desaparece.

Há um silêncio diferente na nossa casa desde que chegaste e não ficaste. Um silêncio inesperado, ensurdecedor.

Chegar a casa e sentir o vazio.  O teu nome, lá ao fundo.





(...)





Perceber que o vazio não é verdadeiro demora uns segundos. Os segundos em que a porta de entrada fica para trás,  em que respiro fundo, fecho os olhos e tudo faz sentido [sem sentido nenhum].

E agradeço. Agradeço por aquele silêncio que me corrói ferozmente, mas que faz parte de nós, porque és tu.

13 julho 2014

07 julho 2014

Desencadeador de memórias #3









Carta a Alice #13

Em quem pensar, agora, senão em ti?
Tu , que me esvaziaste de coisas incertas, 
e trouxeste a manhã da minha noite.


Nuno Júdice





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Parabéns a ti,
 nesta data querida,
 muitas felicidades, 
muitos anos de vida [dentro do nosso coração e da nossa memória].



As datas não são apenas datas, sabes?... era algo que gostava de te ensinar... são dias como todos os outros dias, mas nós somos assim, gostamos de celebrar e recordar aqueles, que apesar de iguais a todos os outros, nos são especiais. O tempo passa da mesma forma, os segundos seguem-se uns aos outros, o sol levanta-se e troca de lugar com a lua todos os dias, mas há estes dias diferentes. No final, a memória [esta era outra coisa que gostava que aprendesses] é aquilo que nos vai construindo e moldando.

Há muita dor associada à memória de ti... e desculpa-nos por isso. Mas o tempo é um bom amigo e tem-nos ajudado. Não a esquecer-te [não acredites quando te disserem que o tempo ajuda a esquecer, não é verdade], mas a conseguir juntar uma boa dose de paz e serenidade à dor de ti.

1 ano

e hoje sei que a dor pode ser serena e que a lágrima em nós é tão fácil, honesta e profunda como o sorriso que nos ilumina a face.




05 julho 2014






But I want her to know that this world is made out of sugar. It can crumble so easily, but don't be afraid to stick your tongue out and taste it.



22 junho 2014

Palavras #53

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sa-cool



Se tanto me dói que as coisas passem
É porque cada instante em mim foi vivo
Na busca de um bem definitivo
Em que as coisas de Amor se eternizassem.


Sophia de Mello Breyner Andresen


16 junho 2014

Incapacidade expressiva #16


"Talvez as viagens, todas as viagens, se façam principalmente pelo lado de dentro. Talvez, quem sabe?, o viajante, procurando um mundo, caminhe sempre de regresso a casa.

(...)

Talvez quem um dia partiu esteja, afinal, ainda à porta de casa, hesitante, acenando. Ou talvez ninguém verdadeiramente parta e fique parado para sempre ao fundo da rua, voltando-se para trás. Ou então talvez as viagens, todas as viagens, sejam um longo caminho para regressarmos a algum lugar interior e essencial de onde não se pode sair."


Manuel António Pina




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Estói


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Ponta da Piedade



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Paderne



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Cacela-a-Velha



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Porto de Mós (Lagos)

13 junho 2014

Carta a Alice #12



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Vejo-te lá ao fundo, sabes? A brincar com o teu pai, neste fim de tarde, neste fim de dia bonito, com esta luz tão luminosa e quente.

Paro. Pestanejo. Recuo um pouco. Respiro fundo. Volto à realidade.

A luz está lá, mas tu não. Engulo em seco e meço a distância que existe entre o que desejava e o que tenho. É grande. São uns bons metros que tenho de percorrer todos os dias à tua procura. E cada dia que passa são feitos de uma forma mais suave.

Por vezes (muitas vezes) permito-me estes devaneios, dou espaço a estas alucinações de ti, sobre ti. Ajudam no percurso. Dão-te o corpo e o sopro no coração que não tens, mas que me alimentam o caminho. 

O caminho até lá ao fundo, naquela luz quente, onde brincas com o teu pai.


Desencadeador de memórias # 2



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11 junho 2014

Do que constrói as nossas madrugadas (dias) #13





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Aquilo que somos ainda não aconteceu.

S. João Evangelista


04 junho 2014

Desencadeador de memórias #1



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[de Carrazedo de Montenegro]

01 junho 2014

Carta a Alice #11


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"Sinto que há uma estranha eternidade naquilo que amamos e foi destruído."

Al Berto 



Os meses vão-se fechando. Um atrás do outro. Vão-se adicionando e acumulando minutos, horas e dias nas nossas vidas e, no entanto, tu permaneces a mesma, imutável. Nada muda em ti: a tua feição é a mesma, o teu peso não sai dos 4,100 kg, o teu pé não cresceu mais que os 8 cm perfeitos e nunca serás mais alta que os 56 cm (exactamente menos um metro que eu, reparo agora). 
E parece-me injusto esta coisa do tempo passar por ti e nada te acrescentar. 

Acrescenta em nós. Cabelos brancos, rugas, alguma tristeza mais profunda. E camadas, muitas camadas de vida regular. Vivo hoje bem com essas camadas, percebi que consigo chegar sempre que quero. Lá, a ti, à dor da tua perda, mas principalmente chegar àquele sentimento único, imutável (assim como tu) da alegria e felicidade que foi o encontro contigo. 

Foi-me desconcertante (há momentos em que ainda o é) acolher essa felicidade, acomodá-la, mesmo sabendo que não ficarias, sabendo-te morta. Necessitou de trabalho, de alguma insanidade, para perceber que conhecer-te teria de ser sempre o momento feliz. E será sempre aquele onde posso regressar, quando mais um mês se fechar e "um rasgão no peito, uma saudade de mim" (de ti) me tomarem de assalto. voltarei, a ti.



I had a secret meeting in the basement of my brain

26 maio 2014


If you live to be a hundred...






...I want to live to be a hundred minus one day so I never have to live without you.

A. A. Milne

04 maio 2014



"Well we’ve got holes in our hearts, yeah we’ve got holes in our lives
Well we’ve got holes, we’ve got holes but we carry on" 







01 maio 2014

Carta a Alice #10



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 É urgente o amor - Graça Loureiro



Fui contar-te hoje. Contei-te a mim mais uma vez (já perdi a conta de quantas) e descobri mais algumas coisas sobre ti em mim (em nós).

Contei-te e vi-te, novamente, mais clara aos meus olhos e ao meu coração. Há épocas nubladas sabes? Épocas em que o meu coração vê turvo e me escapas entre os dedos... Mas hoje contei-te mais uma vez e mais uma vez percebi que estás, mesmo quando nada o faz crer.

Hoje contei-te e (re)descobri que estás sempre, e mais ainda quando estamos, quando somos só um, quando o desejo, o amor, a química (o que lhe quiseres chamar...) nos impele. Tu apareces aí muito mais, muito menos nublada... nesse pedaço de peito onde a minha cabeça descansa e o coração do teu pai bate.




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Runaway! -  InstantPhotographer




"Mas hoje estou de bem com o mundo. Faz sol, faltei alegremente a dois ou três encontros, adiei outra vez todos os compromissos."


Manuel António Pina





Incapacidade expressiva #16


"Misteriosa coisa é a memória dos lugares, o que deles ficou em nós (o que é, talvez, um modo particular de dizer «o que de nós neles ficou») quando irremediavelmente se transformaram -  e, com eles, tudo aquilo que uma vez fomos - em passado e distância."

Manuel António Pina



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Choupal -Coimbra

18 abril 2014

Palavras #52

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Dust of time - NataliaDrepina



Chama-se amor a isto:
beber horas roubadas,
no receio constante
de que alguém as descubra
. . . . . (assim se tem cadastro!);

morder com pressa
a polpa dos minutos,
sem lhes sorver o sumo,
sem lhes tirar a casca
. . . . . (assim se apanham úlceras!);

ter este modo brusco
de engolir os segundos,
como se fossem cápsulas
de qualquer barbitúrico
. . . . . (assim se morre às vezes!)

O culpado: este cão
que trazemos bem preso,
todo agarrado ao pulso,
e a que chamamos Tempo.
. . . . . (sempre a ganir de susto.)


David Mourão Ferreira

31 março 2014

[suspiro] *







* ou de como, às vezes, uma música "aleatória", na rádio, nos faz voltar ao que realmente é importante



30 março 2014

há-os de vários tipos. despertares.



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Leonard Lowe: We've got to tell everybody. We've got to remind them. We've got to remind them how good it is.

Dr. Sayer: How good what is, Leonard?

Leonard Lowe: Read the newspaper. What does it say? All bad. It's all bad. People have forgotten what life is all about. They've forgotten what it is to be alive. They need to be reminded. They need to be reminded of what they have and what they can lose. What I feel is the joy of life, the gift of life, the freedom of life, the wonderment of life!




do filme Awakenings



20 março 2014

dos dias [de ontem]



Hoje era também o meu dia...







não, não, não







hoje é o teu dia.



13 março 2014

Carta a Alice #9

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teeny tiny - aimeelikestotakepics




Faz sol. As azedas começam a marcar tudo por onde o olhar se perde. O ar já não pesa tanto, o respirar não é o mesmo custo. Queria muito mostrar-te tudo isto... a cor amarela das azedas, o chilrear dos pássaros (que entra pelos ouvidos de uma forma tão feroz), o cheiro, este cheiro de Primavera, de (re)início de vida que é tão marcante. Queria mostrar-te isto tudo. Fazer-te sentir o sol na pele, o amargo das azedas na boca, a terra nas mãos. A vida. Queria fazer-te sentir a vida, ter-te presente, porque o foste apesar de não seres. E o que faço no impulso, naquele instante em que alguém me pergunta? Nego-te. Nego a tua existência. E é como se me tivesse espetado, é como se uma faca me abrisse o peito. Digo-o rapidamente, despeço-me ainda mais rápido, com votos de felicidade e com a certeza que tudo irá correr bem. Fujo. Não aguento a dor que me rasga o peito, porque não fui capaz de te preservar (só para preservar os outros).

Foste, és e serás. E eu tive, nós tivemos, nós temos. Afirmativo, sem negar, sem negação. Tu és filha. Nós somos (pai e mãe). 

Faz sol. Mas não posso (não podemos) mostrar-te o amargo das azedas, as andorinhas que chegam, o toque da terra, o cheiro da Primavera.


12 março 2014

Do que constrói as nossas madrugadas #12




És o meu shortcut para a felicidade.





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Happiness bag  by Kate-FoX


30 janeiro 2014

28 janeiro 2014

But I am good, I am grounded





I keep feeling smaller and smaller

I need my girl

I need my girl

08 janeiro 2014

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.between us. by fe-e



Em quem pensar, agora, senão em ti?
Tu , que me esvaziaste de coisas incertas, 
e trouxeste a manhã da minha noite.
É verdade que te podia dizer:
 « Como é mais fácil deixar que as coisas
não mudem, sermos o que sempre fomos, mudarmos
apenas dentro de nós próprios?»
Mas ensinaste-me a sermos dois;
e a ser contigo aquilo que sou,
até sermos um apenas no amor que nos une,
contra a solidão que nos divide. Mas é isto o amor;
ver-te mesmo quando te não vejo, ouvir a tua
voz que abre as fontes de todos os rios, mesmo
esse que mal corria quando por ele passámos,
subindo a margem em que descobri o sentido
de irmos contra o tempo, para ganhar o tempo
que o tempo nos rouba.
Como gosto, meu amor, de chegar antes de ti para te ver chegar:
com a surpresa dos teus cabelos, e o teu rosto de água
fresca que eu bebo, com esta sede que não passa. Tu:
a primavera luminosa da minha expectativa,
a mais certa certeza de que gosto de ti, como
gostas de mim, até ao fim do mundo que me deste.

Nuno Júdice