szefus
Sonho-te.
Às vezes.
Grande, mas sem te conseguir ver as feições delineadas. Sei que és tu, porque o que sinto quando sonho (e, principalmente, o que permanece depois de acordar) não é igual a qualquer outro sentir.
Sonhei-te a brincar nas poças de água, desta chuva de verão, com o teu pai. Os dois (meus).
Foi (é, porque quando fecho os olhos tudo regressa) uma imagem tão nítida, apesar do nublado da tua face. É um sentir tão profundo este, da vida que poderia ter sido, mas não é. Tudo é real: o cheiro da chuva de verão, o molhado no corpo, o som dos pingos que caem, o sorriso, as gargalhadas, o olhar atento do teu pai.
Sonhei-te.
E é isso que nos resta depois de acordar. Esse sentir inigualável. Misturado com alguma tristeza, envolvida com a luz e a clarividência que nos ofereceste.
2 comentários:
Suspiro. Saudades de ler assim.
saudades de te "ver"
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