16 junho 2010

(a)vós

JMAC_Olhares



"a morte, tenho para mim, que não deve ser nada má. não acreditas?! ouve: se eu não me lembro de ter nascido, também não me hei-de lembrar de ter morrido." *





Na minha aldeia há nomes de pessoas são mares de poesia. Dessa poesia que constrói, que faz vidas dilaceradas e cheias de felicidade. Vão desaparecendo os nomes e a poesia parece ir com eles, nesse vento forte da madrugada. Esse vento que leva o último sopro, mas nunca as palavras ditas, os actos realizados e as lições aprendidas.


Amélia

Madrinhazita


Arménio Padeiro

* Zé do Chico

Maria da Luz

Idalina


são estes, e mais uns quantos que a memória atraiçoa, os nomes que são poesia, os nomes que são cheios de ensinamento e humildade. Os avós adoptivos que todos nós, os que na aldeia vivem (ou viveram) tiveram. Os avós que nos acarinharam em crianças, que connosco se surpreenderam em adultos. Que nos contaram estórias, que nos fizeram parar e pensar uma, duas, três, (...), dez vezes. Que nos tentaram ensinar a viver. Que se foram, mas connosco ficaram, porque assim se vive verdadeiramente.


3 comentários:

JFDourado disse...

Na minha também há alguns nomes assim. Está muito bonito este post! :)

B. disse...

homens e mulheres de boa vontade. pergunto-me se também lá chegaremos com a mesma serenidade e aceitação.

OpálaSpirit disse...

Nem mais. Gente que faz parte da gente, da nossa história. :')