25 abril 2007

A Fragata *

Foto de Alfredo Cunha - publicada na edição d'O Século Ilustrado de 27 Abril 1974

Faz hoje 33 anos que o teu pai ia morrendo naquele barco!
Todos os dias vinte e cinco de Abril a minha avó repete esta frase, acrescentando mais um ano, de acordo com o passar do tempo.

Se eles tivessem disparado não sei o que teria acontecido, provavelmente vocês não existiriam. Aqueles tanques no Cristo Rei e no Terreiro do Paço…
E desta forma começa mais uma lição de história, uma lição na primeira pessoa que prende e cativa. Fico absorvida como se estivesse a ler um livro extraordinário ou a ver um filme belíssimo. Ouvir o relato de alguém que esteve no meio da Revolução, por mais diminuto que tenha sido o seu papel, é como fazer uma viagem no tempo. Daquelas viagens que ensinam e nos fazem gostar e apaixonar pela história. Que nos fazem sentir como era viver sem liberdade e como aqueles momentos foram/são da maior importância. É uma viagem no tempo que ajuda a que não se esqueça, para que a memória não de desvaneça. É uma viagem no tempo que me ensinou a saborear e a dar valor àquele momento em que um papel dobrado em quatro é colocado na urna.

*um relato objectivo deste pequeno pedaço de história

3 comentários:

Berta disse...

;-)

Berta disse...

Claro que no dia 25 de Abril estava no rio tejo...:-P (aquela foto nunca a tinha visto, mas de certeza que não foi no dia 25)...
Estes teus posts deixam-me sempre sem palavras...

Rui disse...

Apesar de ainda ser bébé nesse dia glorioso, tenho tido a mesma "sorte" de ouvir relatos cativantes e também sempre na primeira pessoa. Histórias de pessoas que simplesmente passavam nesse momento nos locais "quentes" da acção, bem como de pessoas que ainda se encontravam no Ultramar.

Apesar de não ter vivido esses momentos emocionantes, ainda hoje me arrepio só de ouvir a música do Paulo de Carvalho "E Depois do Adeus". Belíssima e tão cheia de significado...

Tenho pena que num concurso de televisão, uma parte substancial (?) da população portuguesa, tenha eleito o "botas" como maior português de sempre :-(. É caso para dizer: a memória é curta! Ainda que respeite a opinião dessas pessoas, não posso deixar de classificar os seus votos (no concurso) como saudosismos bacocos.

Tenho também pena que a revolução não tenha acontecido no dia em que esteve mesmo para acontecer! Agora tinha um feriado no meu aniversário! Eh! Eh! ;-)

Viva a Liberdade!