03 outubro 2008

Palavras # 33

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Carla Salgueiro


"Mas às vezes, e já que estamos a falar deste assunto, ela também me aparece durante o dia. Só na minha imaginação, é evidente. Eu… isto agora pode parecer esquisito… nessas ocasiões penso que ela se encontraria na minha frente, muito colada a mim, como agora o contrabaixo. E que eu não era capaz de me conter e que tinha de a abraçar… assim… e com a outra mão assim… tal como com o arco… por trás do rabo dela… ou ao contrário, assim, como acontece com o contrabaixo de trás para a frente, e tocando-lhe os peitos com a mão esquerda, como no acorde de terceira na corda de Sol… a solo… …agora é um pouco difícil de executar… e pela direita, envolvendo-a de fora, com o arco, assim, na parte inferior, e depois assim e assim e assim e…
Ele agarra-se ao contrabaixo e executa acordes selvagens, depois põe-no de parte, senta-se exausto na poltrona e serve-se de cerveja."

in O Contrabaixo - Patrick Suskind

[nunca sonhei que as minhas mãos te pudessem tocar como se toca um instrumento musical]

7 comentários:

Ti disse...

Este blogue está a ficar muito "gráfico".... gosto! :)

Ana disse...

;)*

Joana disse...

Curioso... Tenho um amigo músico que defende desde sempre a ideia deste post exactamente. (Assina por baixo do teu parêntesis, de certeza.) Até lhe vou mandar este link... :))))))))

Jinhos.

P.S. Obrigada pelo comentário tão simpático no meu cantinho.

Paulo disse...

oh se podem!

alguém viu o Suskind?

Por entre o luar disse...

=) beijinho e sorrisO*

verdades_e_poesia disse...

É uma boa analogia a do instrumento musical com a mulher. De facto quem toca um instrumento terá com toda a certeza outra sensibilidade no acto do toque corpóreo. Salut

Pequenina disse...

Juro que esta fotografia foi tirada no andanças este ano=)