alice - wredna
Devia ter tempo, disposição e
vontade para te escrever sobre os pequenos episódios do dia a dia: como a
ansiedade em saber se o teu coração batia na ecografia das 12 semanas, ou o
sorriso pateta que me invadiu a cara, quando, enquanto trabalhava, te senti
pela primeira vez. Podia ainda falar-te (ou escrever-te:) ) acerca da cara do
teu pai quando sentiu o teu mexer através da minha barriga, que começava a
crescer nessa altura. Ou ainda melhor, a sua cara de pânico quando se deparou
com uma barriga deformada, onde conseguiu perceber algumas das tuas formas.
Podia e queria escrever-te acerca
disto tudo, mas nunca me senti tão cansada para tal e tão desinspirada como
agora. Estranho?! Não sei... Dir-me-ás tu quando daqui a muitos anos fores mãe
(se optares por isso...). Não sei se é o medo a apoderar-se de mim (sim tenho
medo: de algo não estar bem contigo, enquanto ai estás dentro, longe da minha
vista; de não conseguir dar conta do recado contigo cá fora; de me deixar
apoderar pelos medos e receios) ou se é simplesmente cansaço. Puxas muito por
mim... E, percebo, cada vez melhor todos os dias, que não me posso dar ao luxo
de dizer não quando me apetece. Já se foram esses tempos, e não leias isto
como uma queixa, apenas um desabafo, que perceberás nesse futuro.
É uma nova vida que começa a tomar forma e não
é só a tua.
escrito a 4 de Abril de 2013
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