"Acabara por fazer concessões: «Tem um certo quê…» Seria a boca? Não. A boca era grande e de desenho comum. O nariz? Também não. Era comprido e delgado. Eram, então, os olhos. Pretos e serenos, não se distinguiam pela vivacidade, pela mobilidade ou por algum brilho raro. Eram os olhos para os quais ao cabo de algumas reflexões Eugénio só achou um qualificativo:humanos. Envolviam mornamente a pessoa ou objecto em que se fixavam, davam uma ideia de profundidade insondável e principalmente de compreensão. Pareciam enxergar além das coisas com uma penetração que nada tinha de indiscreto ou agressivo."
in Olhai os Lírios do Campo - Erico Verissimo
2 comentários:
Os olhos… esses eternos espelhos da alma!
Dizem mais de nós em breves instantes, do que todas as palavras que se possam dizer!
E há olhos tão encantadores, que nos envolvem num olhar terno e quente, num abraço virtual que é impossível esquecer…
Gosto muito do teu blog.
É um pequeno oásis de sensibilidade e ternura. Um bálsamo…
Continua!
Obrigada:)
Continua a passar, de vez em quando há umas "coisas" novas...
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