Quando eu morrer voltarei para buscar
os instantes que não vivi junto do mar.
Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim.
A tua beleza aumenta quando estamos sós
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só para mim.
Terror de te amar num sítio tão frágil
como o mundo
Mal de te amar neste lugar de imperfeição
Onde tudo nos quebra e emudece
Onde tudo nos mente e nos separa.
letras... Sophia de Mello Breyner-Andresen
músicas... Poema azul (Sérgio Ricardo)e As praias desertas(António Carlos Jobim)
....interpretadas por Maria Bethânia
8 comentários:
:)
e fotos... tuas?
aquele poema ali em cima é o meu mais-que-tudo. fico sempre arrepiada ao lê-lo [ senti-lo ] ...
e lembrei-me disto também:
O dia inteiro deitado na areia, bêbedo de sol, de sal e de som. Não há dúvida que nunca serei capaz de dizer coisa com coisa do muito que trago na alma e tenho recolhido no meu já longo caminho. Tanto livro, tanta palavra, tanto esforço, e nada! Chocalha um oceano inteiro dentro de mim, e não consigo ir além dum poema estúpido, sonolento, que acaba assim:
O mar é bom,
Toca música.
Miguel Torga
:)
beijinhos*
Happy: tudo o que não é referenciado ou é meu ou está-me ligado por laços de sangue;) neste caso é um misto!!
Vanessa: tão lindo esse texto do Miguel Torga. Lindo de morrer:) Obrigada*
hoje num belo dia de chuva e cinzento , esta música enquadra-se perfeitamente....
e o poema.... uhmmmmmmmm
e o da tua amiga, tb concordo....lindo!
beijos grandes amiga
boa semana
Q conjugação mais linda:)
Palavras ditas, cantadas, e as fotos q são lindas.
Teresa: sempre tão bom saber-te por aqui:) saudades amiga*
Queen: obrigada, tens sempre palavras tão generosas para colocar nestas caixas;)
Doces versos aqui deram à costa... :-) É tão bom ler Sophia! E quando acompanhada pela voz de Bethania... Lindo, lindo!
Aproveito a oportunidade para partilhar aqui, um pequeno poema da mesma autora... Talvez já o conheças bem, mas é sempre bom recordar. ;-)
Mar
Mar, metade da minha alma é feita de maresia / Pois é pela mesma inquietação e nostalgia, / Que há no vasto clamor da maré-cheia, / Que nunca nenhum bem me satisfez. / E é porque as tuas ondas desfeitas pela areia / Mais fortes se levantam outra vez, / Que após cada queda caminho para a vida, / Por uma nova ilusão entontecida. / E se vou dizendo aos astros o meu mal / É porque também tu revoltado e teatral / Fazes soar a tua dor pelas alturas. / E se antes de tudo odeio e fujo / O que é impuro, profano e sujo, / É só porque as tuas ondas são puras.
Sophia de Mello Breyner Andresen
:) é lindo esse poema Rui!
também faz parte do trabalho da Maria de Bethânia - Mar de Sophia - donde foram extraídas as canções do post. *
Enviar um comentário